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CHICO XAVIER

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sexo profissional: Prostitutas disputam clientes com travestis e michês em Campina Grande

 

A profissão mais antiga do mundo está cada vez mais valorizada como meio de vida e hoje divide espaço com outros ramos do ´comércio´ e embora haja grande concorrência, há clientes para todos os gostos. A exemplo do que acontece em todo o mundo, a cidade de Campina Grande, na Paraíba, não poderia ficar de fora desse estilo de vida e de comportamento, e hoje é um dos lugares onde as prostitutas dividem clientes com travestis e michês (garotos de programa) de forma pacífica, rentável financeiramente e, acima de tudo, com muita ética e relação de confiança.

clip_image002Neste dia 2 de junho (Dia Internacional da Prostituta) a reportagem do rede de noticias.com conversou com a coordenadora do Centro Interativo de Prevenção, Mobilização e Aconselhamento aos Profissionais do Sexo – CIPMAC, Milene Ferreira (foto) e ela afirmou que atualmente a entidade tem cadastradas cerca de 480 pessoas consideradas profissionais do sexo, incluindo prostitutas, travestis e michês da cidade e municípios vizinhos.

O CIPMAC é responsável pelo acompanhamento jurídico e psicológico de seus associados, e ainda promove oficinas de capacitação (artes plásticas, artesanato, culinária, cabeleireiro e informática) além de fazer a distribuição de preservativos e material informativo sobre DST/AIDS. Segundo Milene Ferreira, são 14 mil preservativos por mês. Eles são enviados pelo Ministério da Saúde e a média diária de uso de camisinhas gira entre 5 a 10 unidades por cada profissional do sexo.

Embora os chamados cabarés (ou bordéis) como se conhece tradicionalmente as casas de prostituição em Campina Grande estejam desaparecendo, a profissão continua em alta e é cada vez maior o número de garotas de programa em atividade na cidade. Hoje elas usam mais o telefone celular para marcar encontros, que acontecem geralmente em bares, antes do destino final: as pousadas ou os motéis.

Os travestis e michês são mais reservados. Eles costumam marcar encontros em lugares discretos e geralmente seguem de carro – com o cliente – direto para o motel. Alguns ficam circulando pelas praças centrais da cidade mantendo contatos ´profissionais´ e sempre estão a disposição a qualquer hora do dia ou da noite.

Como a prática sexual é muito individual e íntima, tanto as prostitutas como os michês e travestis costumam manter sigilo absoluto de seus clientes. “É uma relação ética e de confiança”, afirma Milene Ferreira, revelando ainda que hoje é comum haver pessoas de todos os níveis sociais em busca de sexo, entre eles homens e mulheres casados, políticos, empresários e até mesmo religiosos.

A revelação da coordenadora do CIPMAC é confirmada por Caio Raí, michê há dois anos e que disse já ter atendido homens e mulheres em separado, e casais. “Já sai com empresários e políticos”, garante o jovem, que não larga o celular (seu maior instrumento de contato profissional). O michê disse que já esteve sentado na mesma mesa com um casal, só que nem o homem nem a mulher desconfiava que estava sendo traído. “Também já atendi muitos homens casados que não podem assumir ou revelar sua verdadeira opção sexual”, comenta.

Outro comportamento sexual que tem aumentado muito na cidade, segundo informações do CIPMAC, é o homossexualismo feminino. Muitas mulheres procuram – por curiosidade ou cobrança de seus parceiros – fazer sexo com outra mulher. Além disso muitos casais também procuram um michê ou uma garota de programa para satisfazer o desejo sexual a três. “O comportamento sexual é muito complexo e muito particular e não há como definir um padrão”, disse Milene. Geralmente um programa a dois atualmente custa cerca de R$ 50, mas quando há uma terceira pessoa envolvida na relação o valor pode ultrapassar os R$ 100.

DIA DA PROSTITUTA - No dia 2 de junho de 1975, 150 prostitutas ocuparam a igreja de Saint-Nizier, em Lyon, na França. Elas protestavam contra multas e detenções, em nome de uma "guerra contra o rufianismo", e até contra assassinatos de colegas que sequer eram investigados. Além disso, maridos e filhos de prostitutas eram processados como rufiões, por se beneficiarem dos rendimentos das mulheres. Tabernas deixaram de alugar quartos para as trabalhadoras do sexo, com medo da repressão policial. A diretoria da igreja e a população de Lyon apoiaram a manifestação e deram proteção a elas.

A ocupação da igreja foi transmitida por todos os meios de comunicação, no país e no exterior, inclusive no Brasil. As mulheres exigiam que o seu trabalho fosse considerado "tão útil à França como outro qualquer". Outras 200 prostitutas percorreram as ruas de carro distribuindo filipetas, com denúncias de que eram "vítimas de perseguição policial", o que as impedia de trabalhar. Uma carta foi enviada ao presidente Giscard d'Estaing.

O movimento se ampliou para outras cidades francesas, como Marselha, Montpellier, Grenoble e Paris, onde colegas também entraram em greve.

No dia 10 de junho, às 5 horas de manhã, as mulheres na igreja de Saint-Nizier foram brutalmente expulsas pela polícia.

Ao ter a coragem de romper o silêncio e denunciar o preconceito, a discriminação e as arbitrariedades, chamando a atenção para a situação em que viviam, as prostitutas de Lyon entraram para a história. Por isso, o 2 de junho foi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta.

Apolinário Pimentel

Jornalista

Fonte: Rede de Noticias

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